domingo, 26 de setembro de 2010

Pensamentos: Para Calar a Boca dos Ateus

   Já fui ateia. Antes disso, fui católica. E hoje, decidi que acredito em Deus, embora não queira ter religião. Não posso dizer que sou ateia pois é simplesmente impossível que Deus não exista. Deixe-me lhes contar o porquê.
   Desde quando nos entendemos por gente, só temos uma certeza: que somos gente. E de onde viemos? Na escola, aprendemos que, segundo Darwin, viemos da evolução de outro primata menos desenvolvido. Resumindo: macacos. E de onde vem os macacos? De um ser menos desenvolvido que ele. E de onde vem o ser menos desenvolvido que o macaco? De um ser menos desenvolvido que o ser menos desenvolvido que o macaco. E por aí vai. Fazendo essa regressão, chegamos ao ser menos desenvolvido de todos, o primeiro ser vivo que já existiu: provavelmente, uma amebinha. E de onde veio a amebinha? De ligações carbonicas que um dia formaram uma célula. E de onde vieram os carbonos? Vieram de outro átomo mais simples que, através de reações químicas, se transformou no carbono. Ou seja, o carbono veio do hidrogênio, o primeiro átomo existente. E de onde veio o hidrogênio? Do big bang. E de onde veio o big bang? Há teorias...
   Enfim. O que quero dizer é que as coisas sempre vieram de outras e de outras e de outras. E aonde começou o cíclo? Com o primeiro num-sei-o-que que deu origem a todas as coisas, o num-sei-o-que que fez esse cíclo funcionar. Tudo que existe, desde o átomo aos pensamentos filosóficos de Sócrates, veio desse num-sei-o-que. Pois bem. Daremos um nome mais bonito para num-sei-o-que: Deus. Ora, não é essa a definição de Deus? O ser que criou tudo? Pois aí está. É simplesmente impossível que Deus não exista, repito. Pois alguma coisa tem que ter criado tudo, o ciclo não pode nunca ter tido início do nada, algo teve que fazer tudo existir, para haver um cíclo.
É claro que só analizei as características físicas do universo. Não mencionei que a vida, com seres que se movem independentes, também é um mistério que tem que ter tido um início. Não mencionei que, além de coisas materias, nós temos pensamentos e emoções que, como Descartes disse muito bem, é completamente independente de qualquer tipo de matéria. E muito mais complexo que a matéria, claro. Não se veem físicos estudando as vibrações emocionais. E, com os pensamentos, há de haver um pensar de cada pessoa sobre tudo, e, com isso, há de haver noções do certo e errado. Esse mistério que o poder legislativo de um país tenta tanto resvendar, tem que haver uma resposta certa. Algo que é realmente certo, ou seja, que fará do mundo um lugar melhor. Como o certo e o errado também são complexos e nós não sabemos ao certo o que é, deve vir também de um ser superior, ou seja, também está ligado a Deus. Deus tem todas as respostas para tudo. Ele sabe o que é certo e o que é errado. Sabe de onde veio o universo, e o que é mais importante na vida. 
Isso é Deus, um ser que criou tudo e que sabe de tudo. Está provado.


Faça uma bloggeira feliz: poste um comentário!!

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Livros: "Feios" - Soctt Westerfeld

Feios
  Provando que o Comunismo Não Funciona

Um livro curioso é esse “Feios”, de Scott Westerfeld. É uma ficção bem ilusória, porém aborda um assunto muito real, que já gerou polemica no mundo inteiro. Esta maravilhosa obra trás as 415 páginas mais engenhosas depois de Harry Potter. Editado pela Galera, vemos o quão incrível é o universo gerado pelo autor.
O livro trás a história de Tally, uma menina que não vê a hora da chegada de seu aniversario de 16 anos. O motivo é simples: no mundo do futuro em que vive, aos 16 anos as pessoas ganham uma cirurgia plástica do governo que os deixa perfeitos. Pele perfeita, formas perfeitas, saúde perfeita. Resumindo, ao 16 anos, todos ficam lindos e exuberantes. E são entregues a uma vida de festas e prazeres. Assim continua a vida de todos até que atinjam certa idade na qual precisem de uma nova cirurgia, se tornando, assim, perfeitos de meia-idade. Estes segundos trabalham em um cargo escolhido pelo governo, até que se tornam perfeitos idosos, e então descansam. Tally, como ainda é “feia”, tem que arrumar algo para fazer antes de seu tão esperado aniversário, e, em uma de suas artes, acaba conhecendo Shay. Esta garota, ao contrário de Tally, não quer se tornar perfeita. Diz que quer ser ela mesma, independente de beleza ou não, não mais uma perfeita parecida com todos os outros, fazendo as mesmas coisas que todos, e por aí vai. Diz que quer se mudar para Fumaça, um lugar onde ninguém se torna perfeito e o mundo é capitalista, não comunista como o de Tally. Ela foge a esse lugar antes de seu aniversário. A protagonista, mais tarde, se vê obrigada pelo governo a ir à Fumaça também. Tem a finalidade de contar ao Estado a localização dos foras da lei como Shay, sob a ameaça de não se tornar perfeita. Entretanto, em Fumaça, ela descobre um novo modo de pensar a vida, o amor, outros tipos de beleza, e, sobre tudo, a verdade por trás da cirurgia.
Perceba o quão utópico é o mundo de “Feios”. É, realmente, um lugar perfeito. As cidades são auto-sustentáveis, não prejudicam o meio ambiente e todos vivem em harmonia. Perfeito demais. A crítica do autor está nisso. Ele quis mostrar a única maneira viável de se fazer um mundo comunista perfeito:  com todo pensando igual. Mas, como ninguém pensa igual, para o comunismo ser possível, seria preciso alguma medida radical que fizessem todos pensarem igual. Ensinamentos na escola seriam o suficiente? Ou algo mais? Talvez muito mais, como mostra “Feios”.
Outra crítica do autor anticomunista está na dúvida de se o fato de todos serem iguais é realmente bom, ou se é ruim. Ele nos mostra os dois lados da história, e depois coloca a opinião dele.
Westerfeld me convenceu que o comunismo não é bom, que é utópico e repressor. Foi a obra mais bem feita que já vi sobre o tema. E fico curiosa para ler o segundo livro, "Perfeitos". O final é surpreendente, nos trás uma decisão radical de Tally que comprometerá o próximo livro todo, pois será preciso muitas páginas para que o plano seja concretizado; mas salvará todos da ignorância.

Faça uma bloggeira feliz: poste um comentário!!

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Livros: "Entrevista com o Vampiro" - Anne Rice

Entrevista com o Vampiro
Um Trauma Necessário

   Faz dias que não paro de pensar no que li no livro “Entrevista com o vampiro”, de Anne Rice, com 334 páginas editadas pela Rocco. Vício? Não, trauma mesmo. Um livro que, com certeza, nos deixa traumatizados, mas nos trás uma lição de vida inesquecível.
O livro de Rice nos trás uma história que se passa num quarto de um hotel qualquer, com um jovem repórter contratado por um vampiro para entrevistar o mesmo. A primeira coisa que pensamos ao início do livro é; “o que se passa na cabeça de um vampiro para querer ser entrevistado?”. Isso só se descobre no final. Mas, apesar dos personagens não saírem uma única vez do quarto durante o livro, Louis, o Vampiro, conta sua história de vida e faz do enredo da obra um grande Flash Back. Ele já tem duzentos anos e, por tanto, tem muita história para contar. O que pude perceber ao decorrer do romance, é que Louis é uma pessoa muito boa – com um grande coração e muita compaixão – porém muito fraca. Por mais que queira, o protagonista não consegue deixar de matar as pessoas, atividade natural dos vampiros. É claro que conseguiria se tentasse, pois foi assim que ele viveu os primeiros anos de sua vida pós-morte: não matando ninguém e se alimentando de ratos e gatos. Mas, vampiros sempre tem um motivo que os deixam tristes, e o fazem querer realizar o ato de matar, o que é uma espécie de calmante para eles. No caso de louis, o que o deixou triste a princípio foi porque, por mais que fosse do bem na época em que não matava gente, a pessoa que ele mais amava passou a lhe chamar de demônio, diabo, ou coisas do tipo. Daí começou a angústia do personagem. E então ele começou a matar para se sentir bem. Louis entrou em um ciclo: matava por que se sentia triste e se sentia triste por que matava. E não conseguiu parar de matar nunca mais. E foi infeliz pelo resto de sua vida. Nesta infeliz vida, o Vampiro narra para o jornalista todos os acontecimentos mais marcantes que já aconteceram, como o surgimento de uma criança vampira, a maldade e o charme do vampiro Lestat, o conhecimento do Vampiro Armand, o Teatro dos Vampiros, e por aí vai.
 Essa é uma história que nos faz dar valor a tudo o que temos e nunca questionar a lei natural da vida. Pois nos mostra como esta daria errado se não fosse do jeito que é para ser. Quantas vezes já nos pegamos fazendo comentarios do tipo: “ah, como a vida seria mais fácil se não tivéssemos que trabalhar”, ou “Como seria melhor uma vida maior, ficamos muito pouco tempo na Terra!”, ou ainda "Queria poder ficar acordado a noite inteira, curtindo a vida...". Esse livro nos mostra como essas ideias, por mais que aparentem ser boas e facilitadoras da vida, podem resultar em uma vida extremamente infeliz. Nunca mais reclamarei do jeito que minha vida é depois de ler esta obra.
Adianto que todos os vampiros do livro eram infelizes. Todos, sem exceção. Por mais que se refugiassem no sangue, sempre havia um momento em que eles demonstravam suas infelicidades. Pois não há como ser feliz naquelas vidas. Claro, fiquei traumatizada ao ler o livro, é muita tristeza, principalmente por parte do protagonista. Mas é um trauma necessário, para aprendermos a dar valor à vida do jeito que ela é. E ver o que aconteceu com Louis no final... Notem, ao ler a história, que ele nunca interrompe a narrativa porque está emocionado ou triste, por mais que conte sobre assuntos muito íntimos e emocionantes. Não chorou durante a entrevista, não ficou sentido. Não reparei neste fato quando estava lendo o livro, apenas no final.  Isso lhes dará uma dica sobre como termina a história de Louis (sim, ela termina).

Faça uma bloggeira feliz: poste um comentário!!

Livros: "Aprendendo a Seduzir" - Scott Westerfeld

Aprendendo a seduzir
  Um Aprendizado de Amadurecimento

  Depois do sucesso no gênero comédia-romântica “A Rosa do Inverno”, Patrícia Cabot (Mag Cabot, com um jeito diferente de escrever no qual não aborda temas como garotas adolescentes ou princesas) nos levou a altas gargalhadas enquanto líamos “Aprendendo a Seduzir” (“Educating Caroline”). Em suas 448 páginas, o romance nos mostra uma comédia-romântica mais engraçada do que romântica, com personagens recheados de características marcantes, e uma descrição bem feita da sociedade do século XVIII. O livro foi (muito mal) editado pela Essência.
Esta obra conta a história de amor entre Caroline Linford; a jovem mais inocente, pura e virginal de Londres; com Braden Granville, ninguém menos que o lothori’o de Londres, o homem mais desvirtuado em termos de sexualidade e de moralidade da cidade. Essa dupla contraditória parece ser uma lei nos livros de Patrícia Cabot, como também é visto em ”A Rosa do Inverno”, com a dupla: homem nobre e mulher liberal.
A história de “Aprendendo a Seduzir” começa quando uma jovem nobre do século retrasado flagra seu noivo a traindo. Desolada, a garota decide que, para fisgar seu noivo de volta, tem de aprender a ser uma amante. Tinha a intenção de que, após o casamento, ela pudesse ser sua esposa e amante ao mesmo tempo, e, assim, ele não sentiria a necessidade de traí-la. Só havia um problema: Caroline era a mulher menos sensual e mais virginal que se via por aí. Sabendo que não fazia a menor ideia de como se tornar o que queria, ela recorre à ajuda do melhor professor no assunto: Braden Granville, um novo burguês que tinha a fama de ser o maior garanhão da cidade, tendo amantes em toda Londres. Porém, logo na primeira visita de Caroline ao burguês, este se descobre apaixonando-se por ela, e logo aceita seu pedido de ensinamentos com o intuito de vê-la novamente. Granville, então, decide se fazer de sonso durante as aulas, parecendo não entender o significado de “aulas teóricas”, e aproveitando as mesmas para “tirar uma casquinha” de Caroline. Ela, por sua vez, acaba vendo um homem bondoso por trás da fama de garanhão de Braden, e apaixona-se também. E então, a diversão está garantida com esse casal que em nada combina. Braden Granville é louco por Caroline, mas seu modo de demonstrar isso é desvirtuando a pobrezinha. Ela, por sua vez, fica desorientada com suas investidas (pois ela nunca passou por tal situação antes), mas ao mesmo tempo está apaixonada pelo garanhão.
O que mais me chamou atenção nessa história é o fato de que Caroline, ao final do livro, amadurece significativamente, ganhando não só noções de sexualidade, como também de esperteza e modos de lidar com situações diversas. Tudo isso aprendeu com Braden, provando que os opostos não só se atraem, como também ensinam e aprendem um com o outro. Granville também ficou mais controlado após um tempo com a amada.
Apesar da divertida comédia, o livro tem um porém: a autora simplesmente não consegue deixar de descrever todos os detalhes de tudo. Isso pode ser bom, pois temos uma descrição detalhada os personagens a ponto de conseguirmos vê-los em nossas mentes, mas pode ser ruim, pois ela descreve cenas que não devem ser descritas. A isso, me refiro às cenas de sexo do livro. Fiquei estupefada quando Cabot começou a descrever um orgasmo. Precisava de tanto?
O romance também conta com um caso de polícia por parte do noivo de Caroline, que terá grande influência no final da história. E, falando no final, deve-se destacar que é preciso ter uma visão histórica para não achar o final sem graça. Ferimentos que para nós parecem relativamente pequenos, para lordes ingleses frescos eram terrivelmente devastadores. Mas isso só deixa o final ainda mais engraçado. Enfim, se você quer um livro bem humorado e com personagens cativantes, leia este.

Faça uma bloggeira feliz: poste um comentário!!

Livros: "Amanhecer" - Stephenie Meier

Amanhecendo com Surpresas

   Stephenie Meyer chega ao fim de sua primeira saga com o livro hipnoticamente chocante “Amanhecer”. Com 576 páginas, o romance editado pela Intrínseca trás uma narrativa eletrizante, porém com uma publicidade clara.
   Temos aqui uma protagonista de personalidade peculiar. Com sua timidez e curiosidade, Bella gosta de relacionamentos exóticos, tendo como noivo um vampiro, como melhor amigo um lobisomem e como melhor amiga uma vampira. Com o casamento iminente de Bella com seu grande amor Edward, com quem superou amplos problemas provenientes do tumultuado relacionamento entre ambos em livros anteriores, seu melhor amigo lobisomem, Jacob, tem estado distante dela, fato explicado pela rivalidade entre vampiros e lobisomens. Além do mais, a amiga de Jacob se tornará vampira logo após a lua de mel. Porém, gigantescas surpresas aconteceram após o casamento, que chegarão a ameaçar a vida da grande maioria dos personagens do livro.
   A impressão que temos ao ler o romance é que Meyer listou todos os acontecimentos que ninguém imaginaria que fosse plausível de acontecer na história e colocou na obra. Seu conteúdo é tão chocante que ficamos zonzos ao terminar de ler uma parte dele. Além disso, no texto a autora usufruiu ao máximo de sua incrível capacidade de “hipnotização” dos leitores, com seu envolvente jeito de escrever poético e tocante, capaz de nos prender do começo ao fim. Ela também escreveu sobre assuntos bonitos, como o verdadeiro significado da felicidade, parte bem identificada no brilhante discurso do vampiro Garrentt, ao final do livro. Além disso, também escreve sobre a importância do amor, não só entre Bella e Edward, como também o amor pela família, pelo próximo e pelos amigos.
   Porém, nem tudo são flores. Stephenie Meyer se empolgou muito nesse livro, tornando a narrativa desprovida de detalhes e conteúdo, fato que não se notava em livros anteriores.  Muitos pontos que poderiam tem sido explorados foram falados rapidamente. Esse equívoco fez com que a obra fosse mais volta para agradar o público do que para uma contribuição literária rica e interessante, o que também não acontecia nos outros romances da saga. Isso não torna o empolgante livro indigno de ser lido por quem acompanhou a saga inteira (me refiro somente a eles, porque, quem não leu os outros volumes, não entenderá este), pois a história pode sofrer com a ausência de pormenores, mas é boa.

Livros: "Para Sempre" - Alyson Noël

Para Nunca Mais

Não me recordo da última vez que li um livro tão mal escrito quanto o de Alyson Noël. Em suas 204 malfeitas páginas, “Para Sempre” nos trás uma história vulgar, uma tentativa fracassada de história de amor, editado pela Intrínseca.
Como personagem principal, temos Ever, uma estudante que, após um acidente de carro, adquire poderes sobrenaturais, o que o livro chama de “mediunidade”. Sem pesquisa nenhuma, a autora parece não saber que mediunidade não tem nada a ver com materializar objetos, descobrir a vida inteira de alguém através do toque de pele, ou mesmo enxergar a aura coloridinha que paira em volta do contorno de um corpo. Pois bem. O cenário muda quando Ever conhece Damen, um garoto misterioso que tem o poder de cessar seus “superpoderes” quando está perto dela. A protagonista sente-se apaixonada pelo rapaz (embora os habituais sintomas do amor – não parar de pensar na pessoa amada, querer estar sempre perto de seu amor, etc. – não estejam evidentes; mas a personagem jura de pés juntos que está amando). Damen, por sua vez, tem como principal função no livro perseguir Ever, sendo sempre uma péssima influência para ela. É possível encontrar neste livro apelações de Damen para Ever matar aula ou tirar a roupa. Depois ele jura com todas as suas forças que nunca tentou seduzi-la. Ever percebe, então, que o namorado tem escondido alguns fatos dela: nunca contando de onde veio, o que era o líquido vermelho que ele tomava como se fosse remédio, ou como conseguia vencer todas as apostas de jockey. Então decide perseguir o garoto até descobrir esses mistérios, e descobre alguma besteira sobre poção para imortalidade que Damen toma, como se a alquimia fosse capaz de criar uma bebida que nos fizesse materializar tulipas. O resto só lendo para entender.
Noël escreve usando linguagem informal, não para parecer que foi uma adolescente que escreveu (pois Ever, a narradora, não é o tipo de adolescente comum, que fala gírias e se diverte com a turma, na verdade é bem introvertida), mas por simplesmente não saber escrever. Além disso, a “escritora” (entre aspas mesmo) tem a irritante mania de escrever os verbos no presente, como se não soubesse que os verbos do tipo de texto “romance” têm que ser escritos no passado. Juntando tudo, temos algo como: “eu chego à minha carteira, sento, e vem um infeliz me infortunar. Pô, o cara tava pensando o que?”
Como se tudo isso não bastasse, a autora ainda faz questão de inventar dados que não existem. Segundo o livro, Ever pesquisa na Internet que tulipas vermelhas são sinônimo de “amor eterno” e rosas brancas são sinônimo de “coração que não conhece o amor”. Demorou alguns segundos para que eu pesquisasse aqui em casa o significado dessas flores e descobrir que tulipas vermelhas significam “prova de amor” e rosas brancas “pureza e amor a Deus”. Nada de eternidade, nada de não saber amar.
Porém, apesar de todos os defeitos mencionados, Alyson Noël tem um único ponto forte: consegue nos prender do início ao fim, criando suspense. Não conseguiria ter chegado ao final desse péssimo livro se não fosse essa sua capacidade. Mesmo odiando a história, fiquei curiosa, apenas para ler um final sem pé nem cabeça, uma “viajem” sobre mundos paralelos que surgem do nada e ex-namoradas ciumentas. Portanto, aqui vai a minha dica: não leiam esse livro.

Faça uma bloggeira feliz: poste um comentário!!

domingo, 19 de setembro de 2010

Vida: Descobri que sou rica

Quando nascemos, achamos que o mundo é exatamente como vemos, e que tudo a nossa volta é a mais pura verdade. Mal sabemos nós que o globo está cercado de mentiras, mascaradas não só pelas lorotas que ouvimos, como também pela paisagem ilusória do nosso quartinho decorado. Sair deste ambiente confortável, deixando as mentiras, e encarar o mundo real às vezes não acontece nem quando crescemos. Fora desse quartinho bonitinho, há quartinhos feinhos, ou, de vez em quando, simplesmente não há quartinho. Há também pessoas que possuem esse quartinho feinho ou que não possuem quartinhos, e que já estão dentro do mundo real, sem mentiras. E muitas vezes o dono do quartinho decorado bonitnho não sabe da existência de quartinhos feios, que são, na realidade, os quartinhos de verdade. Por quê? Por que eles são os que mais existem.Quartinhos decorados são para poucos, nem todos dispões do dinheiro necesário para esse luxo de decoração.
 E foi dentro de um quartinho desses que eu cresci. Sempre fui a escolas onde todos tinham um quartinho arrumadinho, comi da comida comprada com esse dinheiro "para luxos", e esperneei no supermercado para que minha mãe me comprasse porcaria como meus amiguinhos faziam também. Mas, sobre tudo, minha televisão sempre mostrou pessoas iguais a mim financeiramente. Então, para mim, tudo isso era normal. Mas não é. Mesmo a televisão - todas as novelas, desenhos animados e programas de auditório - mostrando uma realidade parecida com a minha, ela não é a que predomina no Brasil. Essa é apenas mais uma mentira que pregam em todos os lugares. Como eu descobri que era mentira? Como eu descobri que nem todos tinham quartinhos bonitinhos e dinheiro para porcarias? Vou lhes contar uma história...
Certa vez meu pai me disse que eu era da classe média alta do país, de uma classe muito privilegiada. Eu não acreditei. Como disse, estava cercada de mentiras que me diziam o contrário. Classe média alta eu já não era, rica então? Nem pensar. Rica era a Xuxa, o Brad Pitt e o Silvio Santos. Não, eu era classe média normal. Nem alta nem baixa. Estava no meio termo da população, onde a maioria estava. Todos os que eu conhecia eram daquela classe, então era a maioria, e era normal, e meu pai não poderia estar certo.
Aí comecei a fazer um curso que sempre quis fazer, mas que pensava não existir em minha cidade. O curso não é aberto a qualquer um, só concegui entrar lá pois conhecia professor, que deu um jeito de me infiltrar. O motivo de não ser aberto é simples: é para jovens carentes. Ao chegar lá, conheci pessoas maravilhosas: humildes, sem preconceito e carinhosas. Descobri, com o tempo, que estudavam em escolas públicas e que precisavam de um tempo para juntar dinheiro para comprar certas coisas que eu comprava direto. Pensei: são pobres.
Comecei a sair com eles, depois de me tornar amiga dos mesmos. Eles me levaram a lugares em que nunca tinha ido, como pracinhas à noite e grupos de apoio a jovens carentes. Fiquei até com medo no começo, pois havia muitos outros jovens como eles lá, e eu tinha aprendido em casa que poderiam ser perigosos - diferente deles, eu tinha preconceito. E existiam tantos daquela classe, que me perguntei como nunca havia reparado na quantidade de pessoas com renda baixa na cidade. Existiam bairros inteiros naquela situação! Como eu nunca os tinha visto?! Meus novos amigos me diziam que eu morava em bairro nobre; enquanto meus outros conhecidos me falavam que meu bairro era normal, e que era os deles que eram desprivilegiados. Meus novos amigos me diziam que eu era rica, e para mim eu era classe média. Mas como eles poderiam não ter razão sobre o meu bairro ser anormalmente caro, se os bairros deles é que existiam com maior abundancia na cidade (como eu descobri mais tarde)? Como eles poderiam não ter razão sobre o fato de eu ser rica, se os supostos "pobres" existiam em maior quantidade que os supostos "classes médias"? Eles eram os normais, não eu. Eu era rica.
Meu professor de história disse que, antigamente, a classe nobre do país era de apenas de 5% da população, e eles mandavam em tudo mesmo sendo minoria. Quem diria que hoje em dia também é assim. Até a mídia é voltada para atender a nossa classe, mas nós somos um classe privilegiada do país, e não a classe popular. Quem diria, descobri que sou rica...

Faça uma bloggeira feliz. Poste um comentário!!