sábado, 27 de novembro de 2010

Livros: "A Sombra do Vento" - Carlos Luiz Zafón

A Sombra do Vento
Oh, como o sofrimento dói...

Estou frustrada que todos que leram esse livro gostaram. Me sinto num planeta de emos. A Sombra do Vento trás o pior sofrimento que já li. Um livro sobre pessoas ruins, que fazem coisas ruins para pessoas tristes, que se tornam pessoas ruins. Detestei mesmo, 399 páginas de choradeira. Fez sentir-me mal. Carlos Ruíz Zafón é um escritor do mal.
O romance conta a história de um menino cujo pai o leva a um lugar chamado Semitério dos Livros Esquecidos. Trata-se de uma enorme biblioteca, apenas com livros que já saíram de circulação por algum motivo. O menino, Daniel, escolhe um dentre eles, A sombra do Vento, lê e adora. Resolve pesquisar mais sobre a vida do autor, Júlián Carax, e descobre que ele teve uma complicada vida de amores impossíveis, um pai que o odiava e que batia na mãe.
A vida de Júlian foi a pior catástrofe que poderia acontecer com a vida de alguém. Não apenas por que foi atingido por todos os lados por pessoas ruins (ao que me parece, para Zafón, todas as pessoas do mundo são ruins, ou fracas), mas por que Julián é um retardado com dor de cotuvelo que não sabe enxergar um futuro. Isso é outro problema do livro. TODAS AS PESSOAS ESTÃO PRESAS AO PASSADO. Ninguém enxerga um futuro. O pai de Júlian, Júlian, Daniel, o pai de Daniel, o Inspetor Javier, Miquel, e, principalmente, Núria.
Núria Monford. Que mulher mais triste! E sem nenhum motivo. Simplesmente ficou obsecada por Julián, aí começou a ficar depreciva igual a ele. E não tinha nenhum motivo pra estar triste, podia ter sido feliz, mas ficou apegada a fantasmas do passado como todos no livro. É como se sofrer e ter uma vida apenas de dor fosse o normal das pessoas para Zafón.
O pior personagem é Ricardo Aldaya. *sopoiler* QUE TIPO DE PAI MATA SEU FILHO NA TENTATIVA DE CASTIGÁ-LO? *até aqui* O que foi aquilo! Como um livro com tamanha crueldade considerada normal, pode ser bom?!
O que mais me frustra, é que Julián não aprendeu absolutamente NADA com a vida dele. Tinha um futuro brilhante, era um menino maravilhoso, talentoso e um bom amigo, mas desistiu da vida dele, e fez da mesma inútil.
É como se fosse uma enorme corrente do mal. Um personagem deixa o outro triste, que deixa o outro triste, que deixa o outro triste. E o pior, é que o livro teoricamente acaba bem, mas não senti nenhum vestígio da alegria que se sente quando um livro termina bem, do tipo: "que bom! Acabou tudo bem!". Pelo contrário. A sensação que tive foi que o livro acabou da pior forma possível, apesar das palavras na obra dizerem o contrário. Foi como: "é uma pena! Ninguém terminou bem nesse livro, NINGUÉM!".
Destaque pela linguagem do livro, Zafón escreve bem...
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segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Vida: O Povo Brasileiro

Alemão é seco. Americano é consumista. Escocês é pão-duro. E brasileiro? Como é? Meu pai certa vez me disse que somos um povo muito bonito, porque somos alegres. Eu discordo dele. Não sobre a parte da alegria, mas sobre sermos um povo bonito. Por favor, não me confundam com brasileiros que acham que o Brasil é o pior lugar do mundo. Pelo contrário, já fui até muito patriota. Mas algumas características sérias fizeram com que eu ficasse preocupada com os habitantes do meu país.
Um povo muito alegre? Sim pai, alegre a ponto de não falarmos sobre os problemas e acharmos que tudo é carnaval. Pior que isso: a ponto de acharmos que podemos fazer tudo, como se os atos não tivessem consequencias, fossem apenas motivo de alegria.
Mas há problemas mais sérios: malandragem. Brasileiro é malandro, quer se dar bem em todas as situações. É simples a lógica da malandragem: tem prova? Eu poderia estudar, mas, se colar, vou bem e ainda poupo meu cérebro. Tenho um(a) namorado(a) feio(a), mas legal? Simples, fico com ele(a) e pego outro(a) mais bonito(a) escondido. Tem um cordão lindo na loja e eu não tenho dinheiro para comprá-lo? Basta pegar escondido. E a ética? Brasileiro não tem. Nosso país é o vice campeão em pequenos furtos de loja do mundo. Perdemos apenas para a Índia. 3,9 bilhões de reais é o número de perdas com esse tipo de crime, o equivalente a 1,64% do total de faturamento. Isso é o famoso jeitinho brasileiro, que resolve tudo, sem se preocupar com o egoísmo que está tendo ou com o fato de ser anti-ético a forma de resolução que ele usa para tudo.
E a situação do brasileiro só piora: Além dessas características, ainda há a ignorância. A ignorância que faz com que deixemos os políticos, malandros como a gente (ou corruptos, dá no mesmo), fazerem o que quiserem. A ignorância que nos faz achar que esse país é um lixo, sem nos darmos conta de que nós é que o tornamos assim (para para pensar quantas vezes você já tentou parar de reclamar de ladrão e começar você mesmo a não fazer nenhum ato incorreto?). A ignorância que nos faz deixar de pesquisar sobre a vida dos candidatos só para depois reclamar de político corrupto. Mas a ignorância não é uma característica nativa, é uma consequencia da malandragem. Deixa eu explicar: político do Brasil é, obviamente, brasileiro. Então é malandro (repito: ou corrupto, dá no mesmo). Sendo malandro, ele quer o jeito mais fácio de governar e fazer o povo gostar dele. E, como todo malandro é esperto, ele sabe que brasileiro, malandro como ele, não gosta muito de estudar e prefere se divertir. O político incentiva esse hábito não investindo muito em educação, preferindo investir em diverção. Assim o povo fica feliz, mas ignorante, já que teve uma educação muito precária. Tiro meu chapéu para Felipe Neto, autor desta explicação ( http://www.youtube.com/watch?v=dAQkMjebkeA ). E assim nos tornamos ignorantes também.
Mas nem tudo é uma desgraça. Brasileiro, como diz o famoso samba, mesmo sofrendo com fome e passando mal, batuca em panelas vazias para fazer para fazer carnaval. Está extremamente de bem com a vida e cheio de energia. Apenas precisa entender que ser ético e pensar na forma mais inteligente, e não mais fácil, de fazer as coisas é importante. E então, quando o político parar de ser preguiçoso e começar a fazer reformas realmente importantes que farão de seu povo não só mais alegre como também mais civilizado, e quando você começar a pensar um pouco mais no certo e no errado e parar de pensar no mais fácil e no mais difícil, o Brasil sairá do lugar. O Brasil irá para frente.

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